Precisamos desplastificar a infância: um chamado à ação contra o impacto tóxico dos brinquedos de plástico

A relação entre brinquedos de plástico e a infância está sob investigação minuciosa, destacando preocupações sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente. Em meio a dados alarmantes, a pesquisa “Infância Plastificada”, encomendada pelo Instituto Alana, revela que o Brasil está prestes a produzir 1 milhão de toneladas de brinquedos plásticos até 2030. Esse aumento exponencial é impulsionado por uma indústria que investe pesadamente em publicidade voltada para crianças.

A acessibilidade financeira e a cultura do descarte contribuem para uma dependência excessiva do plástico na infância, com pouca consideração para alternativas mais sustentáveis. Essa realidade não apenas alimenta uma quantidade alarmante de resíduos plásticos, mas também expõe as crianças a substâncias tóxicas presentes nesses materiais.

O contexto global inclui a liderança da ONU Meio Ambiente na formulação de um Tratado Global Contra a Poluição Plástica, com a próxima reunião do Comitê de Negociação Intergovernamental prevista para discutir medidas como a redução da produção de plásticos desnecessários. No Brasil, o Projeto de Lei 2.524 busca implementar uma economia circular para o plástico, visando reduzir sua oferta desenfreada.

Com 79 organizações da sociedade civil envolvidas na campanha “Pare o Tsunami de Plástico”, há um chamado urgente para uma transição liderada pelo governo e pelo setor privado. É essencial que ações concretas acompanhem a visão de um futuro menos plastificado, especialmente para as gerações futuras.

Este artigo foi publicado originalmente na Folha de São Paulo, no dia 7 de abril (acesse aqui)

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