Interconexão entre Desertificação e Mudanças Climáticas, tema explorado em Palestra da Semana do Meio Ambiente na GASMIG

Em celebração à Semana do Meio Ambiente, a GASMIG – Belo Horizonte, 06 de junho de 2024 – sediou uma palestra impactante sobre a interconexão entre desertificação e mudanças climáticas, conduzida por Ecimara, renomada consultora ambiental e Sócia-Diretora da Holos. A apresentação destacou os complexos vínculos entre esses dois fenômenos e discutiu estratégias práticas para mitigá-los.

Desertificação e Mudanças Climáticas: Uma Dupla Ameaça

Ecimara abordou como as alterações climáticas têm exacerbado significativamente a desertificação dos solos por meio da modificação dos padrões de precipitação, aumentando as temperaturas e intensificando a frequência de eventos climáticos extremos. Esses fatores adicionais estressam os ecossistemas já vulneráveis, tornando-os mais propensos à degradação do solo devido a elevação da temperaturas e a redução das chuvas, a escassez de água tem sido cada vez mais frequente e severas, afetando afetando tanto a agricultura quanto o abastecimento urbano e impactos socioeconômicos afetando diretamente a subsistência das comunidades rurais, resultando em migração forçada, perda de empregos e aumento da pobreza, bem como insegurança alimentar. As mudanças climáticas perturbam o equilíbrio delicado da composição do solo e dos níveis de umidade, resultando na redução da fertilidade e no aumento da aridez nas áreas afetadas.

Desertificação no mundo

A desertificação, embora ocorra em climas específicos, afeta cerca de 40% da superfície terrestre e impacta 2 bilhões de pessoas vivendo em áreas de clima seco. Segundo a UNCCD, 24% da superfície do planeta está atualmente em processo de degradação, com 70% já degradada. O Atlas Mundial da Desertificação de 2018 indicou que 4,18 milhões de km² de terra são degradados anualmente. Esse risco afeta 110 países e 200 milhões de pessoas, abrangendo uma área estimada de 12 milhões de hectares. As regiões mais afetadas incluem a África Subsaariana, o norte da China, a Austrália, o interior do Nordeste do Brasil, o sudoeste dos Estados Unidos, o norte do México, a Ásia Central, o Oriente Médio, e o sul da península Ibérica.

Desertificação no Brasil

No Brasil, a desertificação é uma realidade preocupante que vem afetando significativamente quase 13% das terras do semiárido nordestino, equivalente a 126 mil km², conforme publicado pelo Clima Info em novembro de 2023. Este fenômeno tem impactos severos no bioma da Caatinga e na população local, especialmente aqueles dependentes da agricultura. Além das implicações ambientais diretas, a desertificação agrava os problemas socioeconômicos da região. Cerca de 16% das terras brasileiras, abrangendo 1.488 municípios e aproximadamente 32 milhões de pessoas do Nordeste ao Sudeste, são suscetíveis à desertificação. O país implementou a Política Nacional de Combate à Desertificação desde 2015, sob supervisão do Ministério do Meio Ambiente, e é membro da UNCCD desde 1998, refletindo seu compromisso global na mitigação desse problema crescente.

Estratégias para Mitigação

Durante a palestra, foi abordado várias ações que podem ser aplicadas para mitigar os efeitos da desertificação e das mudanças climáticas entre elas estão:

  1. Manejo Sustentável da Terra: Implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como a agroecologia, que promove a conservação do solo e a biodiversidade.
  2. Reflorestamento e Recuperação de Ecossistemas: Iniciativas de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas para melhorar a retenção de água e a fertilidade do solo.
  3. Tecnologias de Irrigação Eficiente: Uso de tecnologias de irrigação modernas e eficientes para otimizar o uso da água na agricultura.
  4. Educação e Capacitação: Programas de educação e capacitação para agricultores e comunidades sobre práticas de manejo sustentável e adaptação às mudanças climáticas.
  5. Políticas Públicas e Cooperação Internacional: Desenvolvimento e implementação de políticas públicas focadas na sustentabilidade e na resiliência climática, juntamente com a cooperação entre países para enfrentar desafios globais.

A Importância da Ação Coletiva

Até 2030 precisamos reduzir quase pela metade as emissões de gases de efeito estufa para evitar uma devastadora mudança climática. Ecossistemas saudáveis são essenciais para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), como a erradicação da pobreza e o combate às doenças, além de proteger a biodiversidade. Cada vez mais pessoas reconhecem a necessidade urgente de mudar nossos hábitos para proteger e restaurar a natureza, garantindo um futuro melhor para as próximas gerações e preservando nosso planeta. Como parte da #GeraçãoRestauração, podemos adotar hábitos sustentáveis e incentivar empresas e fornecedores a fazerem o mesmo, é necessário uma abordagem coletiva e coordenada para enfrentar os desafios da desertificação e das mudanças climáticas. “Precisamos de uma ação integrada que envolva todos os setores da sociedade, desde governos até a comunidade científica e a sociedade civil para mitigar esses impactos e construir um futuro sustentável,” afirmou Ecimara Silva.

Sobre a GASMIG

A GASMIG é uma empresa de destaque no setor energético de Minas Gerais, comprometida com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. Site da Gasmig

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